quinta-feira, 30 de maio de 2013

A Pior Prisão do Mundo - Augusto Cury


 A todos os que não desistem de si mesmos,  que  reconhecem o seu cárcere e descobriram que a vida é o maior de todos os  espetáculos,  um espetáculo dado pelo Autor da   existência.
Aos que, mesmo com lágrimas, anseiam pelo direito de ser  livres  e felizes..

Na relação com as drogas vive-se a vida como se ela fosse uma primavera incansavelmente bela, mas nos capítulos finais perdem todas as flores que financiam o encanto da existência, e transformam-na num inverno inesgotável. Nas primeiras doses sentem-se imortais, zombam do mundo e o acham careta, mas com o passar do tempo matam-se um pouco a cada dia.
Definitivamente, usar drogas é um desrespeito à própria inteligência.





A questão das drogas é muito mais séria do que a questão moral ou jurídica. Elas não devem ser usadas porque são proibidas e nem somente porque trazem prejuízos físicos, mas porque encerram a emoção num cárcere, esfacelam o sentido da vida e destroem o mais nobre dos direitos humanos – a liberdade.
"A sabedoria de um homem não está em não errar e não passar por sofrimentos, mas no destino que ele dá aos seus erros e sofrimentos. Quem consegue eliminar todos os erros e angústias da vida? Ninguém! Não há uma pessoa sequer que não passe por desertos emocionais. Os sofrimentos podem nos destruir ou nos enriquecer. Todas as pessoas portadoras de alguma doença psíquica, incluindo os dependentes de drogas, devem assumir com coragem e desafio suas misérias e usá-las como fertilizante para enriquecer sua história. 
A grande maioria dos pais não sabe conquistar seus filhos nas dificuldades; o medo, a apreensão e a ansiedade que os invadem bloqueiam as suas inteligências e com suas reações impulsivas, acabam atrapalhando mais do que ajudando.Irritação, agressividade, punição aos filhos e autopunição não resolvem; ao contrário, prejudicam. Claro que, na fase inicial, colocar limites e até dar uma boa bronca pode ajudar, mas é insuficiente, pois o problema é mais profundo."
Coragem para atravessar o deserto da dependência, paciência para fazer a travessia, sabedoria para escolher o melhor caminho e amor para renovar as forças durante a caminhada são necessidades fundamentais, tanto das pessoas dependentes, como daqueles que os estão ajudando: pais, educadores e profissionais.
Mesmo diante da mais dramática situação, devemos irrigar a alma de esperança.
Jamais devemos desistir de uma pessoa, por mais doente que esteja, por mais recaídas que tenha, por mais batalhas perdidas. 
Um dia, o pior inverno se tornará a mais bela primavera. 
Quem errou mais ? O pai ou a mãe ? Não são essas as perguntas que devem ser feitas, mas sim: 'O que juntos vamos fazer para ajudar nosso filho.
Os erros que cometemos e/ou cometeremos não podem nos frustrar, mas nos amadurecer.
Dar conselhos pouco resolve. Mostrar que as drogas fazem mal à saúde também não.
É uma batalha tão grande que deixa os próprios psicoterapeutas sem ação.
Nesta batalha é completamente ineficaz falar mal do inimigo. É preciso mudar o foco de atenção
Para vencer o cárcere da emoção é necessário que os pais e os filhos construam um novo relacionamento, mais alegre, mais divertido, mais simples e afetivo.          
Devemos gravar esta frase: 'Os pais devem se preocupar menos com a droga usada pelo filho e mais com o filho que usa a droga'. Geralmente ocorre totalmente o contrário.
A correria do dia-a-dia, a fadiga do trabalho, os compromissos sociais e os problemas da vida acabam, naturalmente, tornando as relações entre pais e filhos distantes e muito formais. Esse clima de seriedade e frieza piora muito quando os pais descobrem que um filho está usando drogas, por isso, o primeiro passo para os pais se aproximarem de seus filhos é deixar a crítica, o medo e as acusações de lado e começarem a fazer de sua família uma festa, um canteiro de prazer.
Outra coisa importante a acrescentar é que os pais não devem valorizar somente os filhos que não usam drogas. Uma pessoa que está usando drogas, por mais indiferente que pareça, ainda é uma pessoa muito sensível, sentindo-se facilmente rejeitada.
Sem o exercício da arte de ouvir e da arte do diálogo, não há caminho para os pais ajudarem seus filhos, pois agirão como policiais e não como seus amigos. Se, ao contrário, aprenderem essas duas nobilíssimas artes da inteligência, ainda que tenham dificuldades em pedir desculpas uns aos outros, pelos ouvidos rígidos e pelo diálogo engessado, certamente o relacionamento entre eles sofrerá uma profunda revolução.
Comece tudo de novo. Recomece quantas vezes for necessário. Dê sempre uma nova oportunidade.
Refaça as forças para uma nova batalha.                                                      

Pais e profissionais (psicólogos, psiquiatras, terapeutas), nunca desistam.
É indispensável irrigar nossos filhos com esperança.
Nem a perda de algumas batalhas quer dizer a perda de uma guerra.
Desistir nunca, perseverar sempre

O pior cárcere não é o que aprisiona o corpo, mas o que asfixia a mente e algema a emoção. 

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